Que insatisfação é essa?

Que insatisfação é essa?

“A maior parte dos males da vida surge da incapacidade do ser humano de ficar sentado quieto num quarto”.

Blaise Pascal (1623-1662), físico, filósofo e matemático francês.

A reportagem de capa desse mês da revista “Vida Simples” chamada “Insatisfação” está simplesmente maravilhosa. Refleti muito sobre essa insatisfação crônica que está afetando desde crianças até idosos. Serão os apelos do consumismo exacerbado vindos da mídia? Será que idealizamos uma felicidade tipo aquelas de propaganda de margarina? Será que esse apelo às almas gêmeas fortalece cada vez mais a nossa ilusão de que príncipes encantados existem?

Talvez o maior problema esteja na atenção que damos ao externo; desde a cena feliz de uma novela até o verdinho da grama do vizinho. E isso nos faz questionar sobre a nossa vida que, às vezes (e digo muitas vezes) não é nem parecida com o final feliz dos filmes. Então, ficamos na ilusão de ter coisas irreais e isso traz uma grande insatisfação que não termina nunca.

O lado bom disso tudo é que começamos a questionar a nossa vida, os nossos valores e aquilo que nos faz realmente felizes. Percebemos, muitas vezes com dor, que o “ter” não traz felicidade e o que importa é apenas o “ser”... Aí vem a importância da meditação, de conseguir nos focar apenas no momento presente e no ser divino que somos. Quando percebemos que somos espíritos em evolução apenas vivendo uma vida material, nossa consciência se amplia e começamos a dar valor para as pequenas coisas que nos fazem bem: uma conversa agradável com a atendente do mercado, um sorriso para um idoso, a bola jogada de volta para uma criança na rua, o aperto de mão da pessoa amada como demonstração de amor, um suspiro de alegria por sentir o sol no seu corpo e a grama fofa nos seus pés, o seu cachorro querendo brincar, uma borboleta voando no jardim, a chuva que cai como uma bênção, e assim por diante...

O dia em que percebermos que ser feliz é tão simples e que fazermos o bem e sermos melhores como espíritos é a missão de todos aqui na Terra, vamos viver em paz. Coisas materiais não equivalem a nada perto do amor que podemos expressar pelas pessoas, que palavras como “eu te amo” para os filhos valem muito mais que o maior ovo de páscoa de presente e que viver bem com seus familiares é muito mais gratificante do que ter o carro dos seus sonhos! Viver com amor e conviver com alegria são as nossas maiores dádivas. Pense nisso!

Daniela Binato